sábado, 21 de novembro de 2009

O TERREIRO



Surge com a necessidade de tirar proveito do clima da ilha, e a estratégia adoptada foi a secagem pela “via seca” que consistia na secagem das cápsulas de cacau e os grãos do café colhidos, em tabuleiros ou directamente no chão do terreiro.
O elemento norteador da roça em geral há dois tipos de arranjos das edificações ao redor desses grandes pátios com superfície ligeiramente inclinada para o escoamento da água da chuva.

Roça S. João dependência da Roça Lembá organizada a partir do Terreiro

O primeiro, mais comum, formado por um terreiro ao redor do qual se encontra a casa grande em posição de destaque, situada na sua parte inferior, como foco central do conjunto, e as demais edificações na parte lateral do conjunto; no segundo tipo, quase sempre ocasionado por situações de relevo muito acidentado, a casa-grande encontra-se um pouco afastada do terreiro, fora do eixo do conjunto. Em ambos os casos, porém, mantém-se o terreiro como elemento organizador.
Existe um caso que se pode considerar extraordinário com relação às roças em São Tomé, que é o da roça Agua Izé. Nela, nota-se um grande espaço quadrangular à frente da capela da Nossa Senhora de Fátima, que sugere um terreiro religioso, relembrando o processo de fundação da cidade de São Tomé.

Terreiro da roça Monte Café,formatura do pessoal,foto retirada a partir da casa de administração

O terreiro funciona igualmente como espaço de formatura, pagamento e de convívio dos servi- çais aos domingos. É também onde se encontram o sino e o casebre do guarda, a presença deste ultimo justificada pelos vários furtos de cacau perpetrados pelos serviçais e posteriormente vendido ou trocado com os comerciantes chineses, que tinham as suas casas comerciais em vilas próximas. Isto justifica também a razão pela qual o terreiro da roça Monte Café era delimitado por muros.

Terreiro da roça Monte Café

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