A primeira tentativa de povoamento na ilha regista-se em 1486, tendo como objectivo a colonização da ilha.Com a adopção do sistema de capitanias nas colónias, a capitania da ilha foi doada a João de Paiva em 24 de Setembro de 1485. Em 16 de Dezembro do mesmo ano, a ilha recebe o foral que concede inúmeros privilégios aos povoadores, como a possibilidade de negociarem livremente os escravos e outras mercadorias, excepto, ouro, pedraria, especiaria e gatos da algália na costa africana. A 11 de Janeiro de 1486 é doada a João de Paiva, em sesmaria, metade da ilha (por ele escolhida), doação que é renovada a 14 de Março por sua filha Mécia de Paiva .
Para além de tudo indicar ter-se tratado de um projecto mal estruturado, dir-se-ia mesmo improvisado, uma grande contrariedade se levantou desde logo a João de Paiva e à sua gente: a localização da primeira povoação, na praia de Ana Ambó, foi a pior possível, já que era enorme no local o índice de infecções palúdicas e as condições hostis da topografia do terreno.
A 29 de Julho de 1492, o rei D. João II de Portugal fez doação da capitania de S. Tomé a favor do fidalgo da sua corte, D. Álvaro de Caminha Souto Maior, o qual deu com efeito início ao processo de colonização das ilhas de S. Tomé e Príncipe. Em 21 de Novembro e 19 de Dezembro a coroa concede-lhe a jurisdição civil e criminal, a alcadaria-mor da fortaleza que teria de construir e também aumentou os privilégios do foral, que se traduziram na possibilidade de comerciar em Fernão Pó e na costa da Mina (com excepção para o resgate do ouro) e na obrigação de o feitor da Mina lhes comprar a pimenta africana.
No famoso Manuscrito de Valentim Fernandes, escrito entre 1506 e 1510, pode ler-se: “ E foi, com o dito capitão, muita gente de seu grado, por seu soldo, entre os quais foram dois carpinteiros minha casa (real) e morreram lá…E assim mandou o dito Rei, pedra e cal e tijolo e telha para fazerem lá igrejas…” . Dentre os que acompanhavam Álvaro de Caminha, destacava-se não apenas o grande grupo de degredados, indivíduos condenados à morte a quem era dada uma hipótese de sobrevivência em S. Tomé (algo que na prática se convertia em absolutamente improvável, tal a razia que o paludismo então fazia, sobretudo em quem viesse do exterior), mas também “2000 meninos, de 8 anos para baixo, que o dito rei (D. João II) tomou aos judeus castelhanos e os mandou baptizar, dos quais morreram muitos, porém pelo presente serão vivos, entre machos e fêmeas, bem 600” .
Deve dizer-se que Álvaro de Caminha trazia uma verdadeira medida de política, que ilustrava o reconhecimento que Portugal tinha de que, face ao problema de baixo índice demográfico com que então se confrontava e à necessidade de explorar economicamente o território, se tornava imprescindível a miscigenação, pelo que aos novos colonizadores, para além de se garantir o direito de resgate de escravos e outras mercadorias, “se mandou dar a cada um uma escrava para a ter e se dela servir, havendo o principal respeito a se a dita ilha povoar”.
A 29 de Julho de 1492, o rei D. João II de Portugal fez doação da capitania de S. Tomé a favor do fidalgo da sua corte, D. Álvaro de Caminha Souto Maior, o qual deu com efeito início ao processo de colonização das ilhas de S. Tomé e Príncipe. Em 21 de Novembro e 19 de Dezembro a coroa concede-lhe a jurisdição civil e criminal, a alcadaria-mor da fortaleza que teria de construir e também aumentou os privilégios do foral, que se traduziram na possibilidade de comerciar em Fernão Pó e na costa da Mina (com excepção para o resgate do ouro) e na obrigação de o feitor da Mina lhes comprar a pimenta africana.
No famoso Manuscrito de Valentim Fernandes, escrito entre 1506 e 1510, pode ler-se: “ E foi, com o dito capitão, muita gente de seu grado, por seu soldo, entre os quais foram dois carpinteiros minha casa (real) e morreram lá…E assim mandou o dito Rei, pedra e cal e tijolo e telha para fazerem lá igrejas…” . Dentre os que acompanhavam Álvaro de Caminha, destacava-se não apenas o grande grupo de degredados, indivíduos condenados à morte a quem era dada uma hipótese de sobrevivência em S. Tomé (algo que na prática se convertia em absolutamente improvável, tal a razia que o paludismo então fazia, sobretudo em quem viesse do exterior), mas também “2000 meninos, de 8 anos para baixo, que o dito rei (D. João II) tomou aos judeus castelhanos e os mandou baptizar, dos quais morreram muitos, porém pelo presente serão vivos, entre machos e fêmeas, bem 600” .
Deve dizer-se que Álvaro de Caminha trazia uma verdadeira medida de política, que ilustrava o reconhecimento que Portugal tinha de que, face ao problema de baixo índice demográfico com que então se confrontava e à necessidade de explorar economicamente o território, se tornava imprescindível a miscigenação, pelo que aos novos colonizadores, para além de se garantir o direito de resgate de escravos e outras mercadorias, “se mandou dar a cada um uma escrava para a ter e se dela servir, havendo o principal respeito a se a dita ilha povoar”.
Localizaçao dos dois nucleos,o da esquerda Ana Ambó e o da direita o da cidade de Água Grande
Uma das primeiras medidas do donatário foi transferir a Povoação de Ana Ambó, no noroeste, para o nordeste local onde hoje se encontra, tendo em consideração a capacidade da baía (só muito posteriormente denominada de Ana de Chaves) e a construção de uma igreja matriz, muito embora tenham ficado por salvaguardar determinados aspectos ligados à sua insalu-bridade, porque “os terrenos que lhe ficavam ao pé eram baixos, húmidos e alagadiços e tinham águas encharcadas, lagoas e pântanos; todavia em nada disto se atendeu” . A intenção era a de lançar as estruturas de uma futura cidade, a partir da pequena Povoação (na língua nativa Povoaçom ou, por corruptela, Poçom, como foi desde então chamada), na época, o único centro de concentração urbana do território.
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