A roça Monte café localiza-se no centro da ilha, no actual distrito de Mé-Zochi, perto da cidade de Trindade, a 640 metros de altitude, e dista 13 quilómetros da capital. Foi fundada em 1858, por Manuel da Costa Pedreira, tendo pertencido posteriormente à Companhia de Terras de Monte Café.
A roça está implantada numa área com clima propício para a cultura de café arábica, mas dedicava-se igualmente à produção do cacau. Foi em Monte Café que se procedeu à experiência da contratação dos coolies chineses, vindos do Macau.
Monte Café, tal como diz o nome, implanta-se sobre um monte e organiza-se, de forma aleatória, à volta de um grande terreiro, com os edifícios dispostos em várias cotas servidos por rampas e escadas, distribuídos segundo uma hierarquia, em que a cota da entrada e do terreiro era limitada por muros (devido à subtracção de café e cacau) e integrava o secador, o armazém de café e uma torre sineira que marca a entrada para o seu interior.
O secador de café é todo construído em madeira, assumindo uma forma curiosa relativamente às de mais edificações, já que, se se tratasse de uma igreja, se poderia dizer que era composta de três naves com cobertura em chapa industrial, sendo as duas laterais mais largas e mais baixas em relação à central, que é mais estreita e mais alta.
A norte, estão os escritórios, o refeitório e o armazém de alimentos dos trabalhadores brancos. Na cota mais a baixo, o corpo que faz a “torção” devido o limite do terreno, era destinado aos trabalhadores de campo (capatazes), e mais adiante, no limite do terreno, o curral e a pocilga. À sua direita, estão as senzalas dispostas em filas, que são rematadas pelo edifício destinado à cozinha comunitária dos serviçais e ao matadouro, situados próximo da cocheira, que fecha o terreiro triangular criado pela disposição dos edifícios.
A sul, numa cota a acima do terreiro, localiza-se a parte mais importante da roça, onde se instalam os armazéns de escolha do café, as oficinas de carpintaria e mecânica, a casa grande, a casa do chefe de escritório e a casa do administrador. A capela, que está junto ao hospital, situa-se na cota mais alta da roça.
A casa grande que se implanta em forma de “L” e se localiza de modo a ter maior controlo visual sobre o terreiro, e tem dois pisos com um torreão num dos lados da casa com varandas viradas a Este. A casa que é em alvenaria, com a estrutura da cobertura em madeira coberta com telha marselha tendo o rebordo que cobre a varanda em chapa industrial.
O acesso a casa é feito através de uma escada dupla, com dois lances cruzados, que dá acesso à varanda que, por sua vez, corre toda a fachada e dá acesso a diferentes cómodos da casa, culminando num pátio exterior no topo oeste do edifício, para onde estava virado um compartimento que considero ser a sala de jantar.
A casa está em avançado estado de degradação, tendo alguns dos seus compartimentos si-do ocupados pelos habitantes da roça. Uma das situações mais flagrantes e penosas que observei durante o levantamento na roça foi o uso da telha da casa grande em algumas construções anexas às senzalas.
A roça está implantada numa área com clima propício para a cultura de café arábica, mas dedicava-se igualmente à produção do cacau. Foi em Monte Café que se procedeu à experiência da contratação dos coolies chineses, vindos do Macau.
IMPLANTAÇÃO
Monte Café, tal como diz o nome, implanta-se sobre um monte e organiza-se, de forma aleatória, à volta de um grande terreiro, com os edifícios dispostos em várias cotas servidos por rampas e escadas, distribuídos segundo uma hierarquia, em que a cota da entrada e do terreiro era limitada por muros (devido à subtracção de café e cacau) e integrava o secador, o armazém de café e uma torre sineira que marca a entrada para o seu interior.
O secador de café é todo construído em madeira, assumindo uma forma curiosa relativamente às de mais edificações, já que, se se tratasse de uma igreja, se poderia dizer que era composta de três naves com cobertura em chapa industrial, sendo as duas laterais mais largas e mais baixas em relação à central, que é mais estreita e mais alta.
De acordo com os registos iconográficos, constata-se dinâmica na disposição dos seus equipa mentos de produção, como os secadores que tinham outra disposição no terreiro e uma forma totalmente diferente da actual.
A norte, estão os escritórios, o refeitório e o armazém de alimentos dos trabalhadores brancos. Na cota mais a baixo, o corpo que faz a “torção” devido o limite do terreno, era destinado aos trabalhadores de campo (capatazes), e mais adiante, no limite do terreno, o curral e a pocilga. À sua direita, estão as senzalas dispostas em filas, que são rematadas pelo edifício destinado à cozinha comunitária dos serviçais e ao matadouro, situados próximo da cocheira, que fecha o terreiro triangular criado pela disposição dos edifícios.
O refeitório dos trabalhadores brancos
Entrada do refeitório dos trabalhadores brancos
Antigas Senzalas
A parte traseira do terreiro é marcada por vários edifícios, tais como armazéns (do cacau, de fermentação, do café em excesso e o forno), a creche e a garagem.
A sul, numa cota a acima do terreiro, localiza-se a parte mais importante da roça, onde se instalam os armazéns de escolha do café, as oficinas de carpintaria e mecânica, a casa grande, a casa do chefe de escritório e a casa do administrador. A capela, que está junto ao hospital, situa-se na cota mais alta da roça.
A casa grande que se implanta em forma de “L” e se localiza de modo a ter maior controlo visual sobre o terreiro, e tem dois pisos com um torreão num dos lados da casa com varandas viradas a Este. A casa que é em alvenaria, com a estrutura da cobertura em madeira coberta com telha marselha tendo o rebordo que cobre a varanda em chapa industrial.
O acesso a casa é feito através de uma escada dupla, com dois lances cruzados, que dá acesso à varanda que, por sua vez, corre toda a fachada e dá acesso a diferentes cómodos da casa, culminando num pátio exterior no topo oeste do edifício, para onde estava virado um compartimento que considero ser a sala de jantar.
A casa está em avançado estado de degradação, tendo alguns dos seus compartimentos si-do ocupados pelos habitantes da roça. Uma das situações mais flagrantes e penosas que observei durante o levantamento na roça foi o uso da telha da casa grande em algumas construções anexas às senzalas.
Caro Neco, Há tempo que ficas-te como referência na minha bibliografia são-tomense. Grande obra! Para quando a publicação inteira em forma de livro?
ResponderEliminarBoas, a ideia de escrever um livro sobre a roça de monte café até aos dias de hoje é um projecto que gostaria de participar, tendo uma grande quantidade de fotos de familia da roça de monte café.
ResponderEliminarO meu contacto de email é (npaixo@yahoo.com)
Cumprimentos, Portugal
A quem pertence agora a roça?
ResponderEliminarEntretanto a roça passou para o meu bisavo, Adriano Lucas dos Santos, mas com a sua morte foi comprada por uns estrangeiros e deixada ao abandono.
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